sábado, 16 de outubro de 2010

Baile de Máscaras

Essa é a minha vida...

Um grande baile de máscaras, onde eu estou entre os convidados.

Alguns desses convidados se deixam levar pela máscara e pelas roupas que eu uso. Acham que é tudo, não tentam desvendar o mistério que aquela máscara representa, pelo simples fato de todos usarem uma também. Não se importam.

Outros vestem máscaras chamativas, não perdem uma oportunidade de ostentá-la para todos. Não há nada debaixo dessas máscaras para ostentar. Eles precisam desse baile para serem notados...
Infelizmente, a máscara sempre acaba caindo pelo uso, não importa se é durante uma conversa, no começo ou fim do baile. E não se vê nada, pois nada há para ser visto. Acabam sendo motivo de chacota e desdém do restante dos convidados.

Ainda existem os convidados que permanecem ao seu lado, durante um período da festa, apenas para aproveitar os benefícios de sua companhia. Os olhares, as pessoas que você atrai, um talento que você se dispõe a dividir, coisas que eles não seriam capazes de fazer sozinhos, mas que você consegue fazer. Usam você quando precisam do que você tem a oferecer, e te descartam quando você não é mais necessário. E voltam a te procurar quando precisam de você novamente. Quando você se irrita com aquela situação, a máscara quebra, e só se vê a hipocrisia que residia escondida por ela.

E existem aqueles convidados que usam máscaras transparentes, que parecem mostrar tudo o que são, tudo o que pensam. Estes tentam mudar o resto dos convidados à sua imagem e semelhança. Mas não importa o material, máscaras sempre escondem algo. Estes convidados simplesmente não conseguem aceitar que existem diferenças, não necessariamente melhores ou piores entre si. Acham que sua aparência é a melhor que existe. Não entendem que as máscaras refletem quem eles querem ser, e escondem quem são de verdade. Esse modo de ser termina por ser insuportável. A máscara, como sempre, acaba caindo. Mostrando que a arrogância nasceu da necessidade do destaque. Sem a máscara, os convidados são ignorados, pois a atenção que recebem não é merecida.

Certos convidados, são muito raros, pois não estão querendo chamar atenção para si, apenas são discretos. Se alguém prende sua atenção, eles não relutam em se aproximar. Entendem o mistério por trás de cada máscara, e entendem qual mistério merece ser desvendado. São observadores, e observam ainda mais os que prendem sua atenção por muito tempo. Procuram tirar a máscara que os impede de apreciar totalmente aquele mistério, pois de alguma forma, sabem que o que está escondido ali vale a pena ser visto. Suas máscaras não caem, eles as retiram por vontade própria. Não precisam delas. Não vêem motivos para esconder qualquer coisa. Ela é só um artifício para acentuar suas qualidades.

E os invisíveis, como podem ser descritos? Apenas desfrutam da festa, sem serem reconhecidos. Marcam presença, sem que ninguém perceba. Rostos mascarados simplesmente, que só notamos quando desaparecem, e é preciso concentração para encontrá-los novamente. Não dependem da festa para serem felizes. Sabem que a vida é mais, muito mais, do que apenas um baile de máscaras, onde nada é exatamente o que parece.

Você se encaixa em alguma descrição? Então, você também faz parte desse baile.

Leiam e comentem,

Mari do Muro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário